HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
BRASILEIRO – ESCOLA NACIONALISTA BRASILEIRA - c.1.000
As nove Bachianas Brasileiras (1930-1945) são, como os Choros (1920-1929), escritas para uma variedade de formações. A motivação para compor as obras desse ciclo, de acordo com o próprio Villa-Lobos, foram as semelhanças que encontrou entre as músicas folclóricas do sertão brasileiro e a obra de Johann Sebastian Bach (1685-1750), numa tentativa genial de fundir os procedimentos contrapontísticos desse grande gênio com o espírito da música brasileira.
As Bachianas Brasileiras compõem uma série de nove obras escritas para formações diversas. Em geral, guardam semelhanças com a forma da suíte. As peças não são como meras imitações de Bach, mas sim como um tributo personalíssimo, uma magistral homenagem de Villa-Lobos ao velho mestre de Eisenach. Além disso, as peças tiveram papel fundamental na afirmação da música nacionalista brasileira na primeira metade do século XX, posto que, àquela época, as artes no Brasil passavam por um importante processo marcado pela valorização e consolidação de uma produção artística genuinamente nacional. A utilização de elementos tomados das peculiaridades da fauna e da flora, da geografia, do homem, da mulher e do folclore brasileiro, foram freqüentes pretextos para a atividade criadora das artes plásticas e da literatura daquele período, assim como fonte de inspiração perene para os compositores. No caso das Bachianas, essa preocupação se refletiu, dentre outras coisas, na dupla denominação de cada movimento da suíte, pois, além de um título tradicional (normalmente tomado de uma forma barroca), um subtítulo foi acrescido para indicar um gênero tipicamente brasileiro.
Bachianas brasileiras No.4, W264, 424
Número de opus do catálogo: W264 (piano); W424 (orquestra)
Movimentos: 4
Prelúdio (Introdução) - Lento
Coral (Canto do Sertão) - Largo
Ária (Cantiga) - Moderato
Dança (Miudinho) - Muito animado
Ano da composição: 1930-41 (original); 1942 (versão orquestral)
Primeiras apresentações:
27 de novembro de 1939 (versão original)
José Vieira Brandão (piano)
15 de julho de 1942 (versão orquestral), no Rio de Janeiro
Villa-Lobos (regente) ; Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Primeiras publicações:
versão original (W264): 1941
versão orquestral (W424): 1953
Duração média: 24 minutos
Estilo: início do século XX
Instrumentação:
Versão original (W264): Piano
Versão orquestral (W424): 1 piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 1 corne inglês, 2 clarinetes, 1 clarinete baixo, 2 fagotes, 1 contra fagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, 1 tuba, tímpanos, bombo (caixa baixo), tam-tam, xilophone, celesta, cordas.
Fontes:
. IMSLP/Petrucci Music Library
. "Villa-Lobos - O homem e a obra", Vasco Mariz