GEORGE FRIEDRICH HÄENDEL (1685-1759)
ALEMÃO/INGLÊS – ERA BARROCA – 487 OBRAS
Genero: Opera seria
Seções: 3 atos
Ano da composição: 1737-1738 (26 de dezembro de 1737 até 14 de fevereiro de 1738)
Estreia mundial: 15 de abril de 1738, em Londres no King's Theatre in the Haymarket
Elenco da estreia:
Serse: Gaetano Majorano, "Caffarelli" (soprano-castrato)
Arsamene: Maria Antonia Marchesini, "La Lucchesina" (alto)
Amastre: Antonia Maria Merighi (contralto)
Romilda: Elisabeth Duparc, "La Francesina" (soprano)
Atalanta: Margherita Chimenti, "La Droghierina" (soprano)
Ariodate: Antonio Montagnana (baixo)
Elviro: Antonio Lottini (baixo)
Libreto: Silvio Stampiglia (1664–1725) e Niccolò Minato (ca.1627–1698)
Idioma: Italiano
Estilo: Barroco
Instrumentação: Solistas, coro misto e orquestra
Serse (ou Xerxes) HWV 40 é uma ópera em três atos. Seu libreto foi adaptado sobre o texto que havia sido feito por Silvio Stampiglia (1664-1725) para uma ópera homônima (na verdade, Xerse) de Giovanni Bononcini (1670-1747) apresentada em Roma no ano de 1694. O texto de Stampiglia, por sua vez, é uma adaptação do libreto de Nicolò Minato (1627?-1698), utilizado por Francesco Cavalli (1602-1676), discípulo de Monteverdi (1567-1643), em sua versão de Xerse de 1654.
Händel se dedicou à composição de Serse logo após ter completado Faramondo (HWV 39) em 24 de dezembro de 1737. A partitura foi concluída em 14 de fevereiro de 1738 e uma primeira apresentação em forma de concerto ocorreu em 28 de março. A estreia no Haymarket de Londres só se deu em 15 de abril daquele mesmo ano. A obra não foi bem recebida nessa época e foram feitas somente cinco apresentações, sendo a última em 2 de maio. A ária de Romilda Va godendo foi incluída no pasticcio Lucio Vero de 1747. Já a ária Ombra mai fú tornou-se célebre, sendo executada como O Largo de Händel. Mas a ópera nunca mais foi encenada antes de meados do século XX e permaneceu esquecida por quase 190 anos.
Serse é uma ópera muito pouco convencional para a época e que rompeu com os parâmetros da ópera séria estabelecidos por compositores que utilizavam, por exemplo, libretos escritos a partir de textos de Metastasio (1698-1782). Não se sabe se Händel quis promover conscientemente um retorno aos padrões operísticos do final do século XVII, dada a proximidade com a obra de Bononcini, ou se ele quis simplesmente dar maior flexibilidade ao modelo de ópera séria em uso, o qual, talvez, já estivesse gerando certo cansaço no público londrino.
Essa espécie de retorno ao século XVII é vista hoje como uma característica intrigante da ópera, uma vez que, de certa forma, ela também aponta para o final do século XVIII e para Mozart com seu dramma giocoso. Não há como saber se Mozart conheceu a obra de Händel. De qualquer forma, a afinidade entre eles não é propriamente musical. Seus vínculos se referem à afinidade criativa e a aspectos dramáticos que nos oferecem uma comédia sofisticada mas que se aproxima da tragédia. Nesse sentido, como nas óperas da maturidade de Mozart, especialmente Don Giovanni (1787), o personagem Elviro empresta à trama seu toque cômico que tem paralelos com Leporello, enquanto o personagem título, Xerxes, expõe faces múltiplas na personalidade de um tirano que não aceita que existam obstáculos para seus desejos, como, até certo ponto, o próprio Don Giovanni.
Papeis principais:
A história se passa por volta de 450 a.C., durante as Guerras Médicas entre a Pérsia e as cidades gregas. O personagem central é baseado livremente no rei persa Xerxes, o qual se prepara para construir uma ponte sobre o Helesponto, ligando a Anatólia à Europa para que seus exércitos marchem sobre as cidades da Grécia.
. Serse, soprano castrato
. Arsamene, alto
. Amastre, contralto
. Romilda, soprano
. Atalanta, soprano
. Ariodate, baixo
. Elviro, baixo
Fontes:
. Wikipedia.org
. IMSLP/Petrucci Music Library