PUCCINI, GIACOMO (1858-1924)
ITALIANO – ÓPERA ROMÂNTICA – 38 OBRAS
Ópera em quatro atos
Ano da composição: 1893-1895 (rev. 1896)
Data da estreia: 01 de fevereiro de 1896, Teatro Regio, Turim, Itália. Regência de Arturo Toscanini
Libreto: Giuseppe Giacosa e Luigi Illica, com base em episódios da peça Scènes de la vie de bohème (1845), de Henri Murger.
La Bohème é por muitos considerada a melhor ópera de Puccini. Nela, a invenção melódica do compositor e sua utilização para fins expressivos atinge a plenitude, estando ainda associada a uma concisão quase epigramática dos diálogos, propriamente única em sua produção. Na medida em que utiliza este estilo de conversação concisa e expressividade exacerbada, La Bohème pode efetivamente ser considerada sua obra-prima - além de uma espécie de pendant italiano ao Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss. Mas são poucos os espectadores que, arrebatados pelo fluxo ininterrupto de melodias memoráveis, dão-se conta de todas as sugestões contidas na obra, muitas das quais só parecem ao alcance dos que a conhecem a fundo.
Ambientada no Quartier Latin parisiense, onde é proverbial a convivência do drama com a alegria, ela evolui numa mistura de risos e lágrimas que nos chama a atenção para o fato de que os autores e compositores capazes de esmiuçar os arrebatamentos da paixão são legião, mas poucos são os que tem o dom sutil da comédia. E é este toque que distingue muitas passagens da partitura, alternadamente esfuziante, apaixonada e eloquente nos momentos de desespero.
La Bohème teve um nascimento tumultuado: outro compositor, Ruggero Leoncavallo, já trabalhava na história e acusou Puccini de plágio. As duas versões foram encenadas, mas só a de Puccini é lembrada. As árias mais conhecidas são as em que Rodolfo e Mimi se apaixonam (Ato I), mas o quarteto do Ato III é um tour de force. A trama recordava a Puccini seus anos como estudante pobre. Após compor a cena final, diria: "Chorei como uma criança."
Na estreia, um jornal de Turim escreveu: "Apesar de causar alguma impressão no espírito do público, La Bohème não deixará grande marca na história da ópera."
PAPEIS PRINCIPAIS
No Quartier Latin, Paris, França, por volta de 1830
. Mimi, soprano - Uma costureira pobre
. Rodolfo, tenor - Um poeta
. Marcello, barítono - Um pintor
. Musetta, soprano - Amante de Marcello
. Schaunard, barítono - Um músico
. Colline, baixo - Um filósofo
. Parpignol, tenor - Vendedor de brinquedos
. Benoît, baixo - Senhorio dos artistas.
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Referências bibliográficas:
Kobbé, O Livro Completo da Ópera - Jorge Zahar Editor (1991 - Edição Língua Portuguesa)
Guia Ilustrado Zahar da Ópera - Jorge Zahar Editor (2010 - Edição Brasileira)